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Mostrando postagens de julho, 2012

Vote nas indicadas para o Prêmio SDDH de Direitos Humanos

A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) abre hoje uma consulta ao público para escolha dos homenageados e homenageadas com o Prêmio SDDH de Direitos Humanos 2012. O Prêmio será entregue neste mês de agosto, durante as comemorações dos 35 anos de fundação da SDDH. As indicadas são pessoas e instituições que possuem uma trajetória relevante na luta em defesa dos direitos humanos na Amazônia. Abaixo, uma biografia resumida das indicadas desse ano. Qualquer visitante do blog "Jornal Resistência Online", o blog da SDDH, pode opinar até a próxima sexta-feira, 3 de agosto, sobre quem deve receber a homenagem este ano. A votação acontece nas enquetes, na lista de menus dessa página. Contamos com a participação de todos e todas! INDICADAS Categoria: Personalidade Antônia Melo (Xingu Vivo para Sempre) - Liderança popular do município de Altamira, Melo tem uma longa de trajetória de lutas em defesa dos direitos humanos naquela região do Estado do Pará. Segund

Material "subversivo" rio abaixo

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Entre as lembranças que afloraram no decorrer da segunda edição do Sarau da Memória, projeto promovido pela SDDH, este ano, como parte processo de recuperação do acervo fotográfico da entidade, segue uma delas, narradas pela advogada e membro da SDDH, Vera Tavares: Foto: Miguel Chikaoka/ArquivoSDDH "Eu e a Sandra [Fonseca] fizemos uma viagem... éramos estudantes. Fomos daqui pra Marabá, andando de carona, um monte de coisa, até São Geraldo do Araguaia, e ficamos hospedadas na casa do Aristides. Chegamos mortas de fome e o Aristedes não era muito chegado a cozinhar. Fritou um monte de batata pra gente. Ficamos na casa do Chico e do Aristides um dia. No caminho, lembro bem, nós paramos na Palestina, na casa da Tetê, que hoje é secretária de Assistência Social. A Tetê era agente da pastoral da saúde, em Marabá. Ela deu um queijo pra gente, não foi Sandra? E, no caminho, a gente ficou com medo e nos desfizemos de um monte de livros que a gente tava levando, porque era muita

Nota de Pesar

Morreu hoje, dia 23 de julho de 2012, pela manhã, o companheiro João Virgílio Ferreira, militante do movimento popular da luta pela moradia e reforma urbana do Estado do Pará. João Virgílio era um desses sonhadores que, a cada dia, são mais raros. Sempre nos pautou jornadas de luta a favor dos sem teto e sem terra em Belém e interiores, e, sinceramente, não lembramos, eu e Pedro Cavalero, de alguma situação, por mais conflituosa que fosse, em que o Virgílio tenha recuado. Pelo contrário, ele sempre buscou nossa assessoria, e, quando não podíamos ajudar, ele ia ao encontro dos ocupantes e posseiros ajudar da melhor forma que podia. Ficam aqui nossas homenagens ao João, que, apesar de todas as dificuldades, sofrimentos e indiferenças pelos quais passou, com seu exemplo, ensinou a muitos e muitas de nós. Marco Apolo (presidente da SDDH) e Pedro Cavalero. O enterro será amanhã, 24, às 9h, no Cemitério Parque das Palmeiras, em Marituba.

MST pede apoio a estudantes de Direito

A SDDH recebeu, nesta manhã, mensagem de apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a recém-concluintes do curso de Direitos, que estão sob ameaça de não poder colar grau, em Goiás. A turma é formada por mais de 50 alunos, composta por filhos e filhas de assentados da reforma agrária. O movimento também encaminha Carta de Solidariedade, com sugestão de envio, por quem considere a pauta justa, aos desembargadores responsáveis pelo caso, conforme segue:  "Companheiras, Estamos repassando a Carta de Solidariedade em favor da primeira turma de direito formada por filhos e filhas de assentados da reforma agrária e da agricultura familiar, que hoje correm o risco de não poder colar grau, em razão de uma absurda ação do MPF/GO que pede a extinção da Turma. A carta deverá ser enviada aos desembargadores do Tribunal Regional Federal que julgarão o recurso de apelação. O processo está na pauta do dia 27.07 e a ação de vocês enviando a Carta e espalhan

SDDH contrata pesquisador para coordenação de projeto na área de educação e direitos humanos

A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) lançou hoje edital para seleção pública de um pesquisador para coordenar o projeto "Diagnóstico da rede de educação básica na Região Metropolitana de Belém: em defesa do direito humano à educação na Amazônia". O projeto é realizado em parceria com a Fundação Carlos Chagas (FCC) e visa realizar um diagnóstico da educação pública em relação aos direitos humanos. A seleção é aberta a pesquisadores das ciências humanas e educação, preferencialmente pedagogos ou cientistas sociais, que já tenham experiência de pesquisa em educação ou áreas afins. O contratado deve ter disponibilidade para iniciar as atividades do projeto a partir do próximo dia 1º de agosto. A entrega de currículos pode ser feita na sede da SDDH (Av. Gov. José Malcher, 1381, entre 14 de Março e Generalíssimo Deodoro) de hoje, 19/07, até a próxima sexta-feira, 27/07, de 9h às 17h. O salário bruto oferecido é de R$ 2.500 com mais R$ 400 de vale alime

SDDH Ano 35: O incêndio da gráfica Suyá III

Segue mais uma parte do documento assinado pela então presidente da SDDH, Iza Cunha, em 15 de outubro de 1984: Incêndio na Gráfica da SPDDH No dia 12 de outubro de 1984 às 7 horas da manhã a presidente Izabel Tavares da Cunha, recebeu um telefonema vindo de uma sócia da entidade, de que a gráfica estava pegando fogo. Imediatamente, os diretores da entidade: Izabel Cunha – Presidente, Pastora Marga Rothe – Vice-Presidente, José Maria Pedroso – 2º Tesoureiro, Cícero Vieira de Menezes – 1º Tesoureiro, Edilene Franco – 1ª Secretária e Humberto Cunha – Coordenador do Núcleo de Imprensa e o gerente Daniel Veiga se dirigiram para a sede. Ao chegarem ao local, os bombeiros já haviam se retirado, a porta estava fechada com ripas de madeira, pregadas na mesma. Ao entrarem no interior da gráfica, depararam: 1- O forro da sala da frente o forro estava todo no chão, segundo a versão dos bombeiros corria perigo de desabar; 2- A parte dos fundos da gráfica todo incendiada, o teto dos fundos desa

SDDH Ano 35: A invasão da gráfica Suyá II

Segue a continuação do documento intitulado "Invasão e incêndio da gráica ´Suyá', da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos", de 15 outubro de 1984, assinado pela então presidente da entidade, Izabel Cunha: Enquanto isso, na gráfica Suyá a revista se estendia por todo o parque gráfico. Os policiais remexeram tudo, desde as máquinas, laboratório fotográfico, laboratório revelador e sala de desenho. Subiram e remexeram em um velho sótão onde, estranhamente, um incêndio irrompera 30 horas depois, destruindo parte do parque gráfico e das casas vizinhas. Quando a polícia descobriu que o vereador Humberto Cunha havia saído, terminaram abruptamente a operação. O delegado José Maria deu voz de prisão ao gerente Daniel Veiga e à presidente da entidade Izabel Cunha. Esta se negou a acatar tal ordem, dizendo que não havia nenhum flagrante e nem tão pouco mandado de prisão, além de nenhum policial ter-se identificado. Sentou-se em uma das mesas no escritório da SPDDH

SDDH Ano 35 - Invasão da gráfica Suyá I

A SDDH completa 35 anos no próximo dia 08 de agosto. No decorrer deste ano, continuamos a publicar informações históricas, que fizeram parte não só da construção da entidade, mas que fazem parte da luta por uma cultura de direitos humanos na Amazônia. Neste contexto, segue parte do documento intitulado "Invasão e incêndio da gráfica Suyá, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos", assinado pela historiadora e então presidente da SDDH, Izabel Marques Tavares da Cunha, em Belém, Outubro de 1984. A invasão da sede da SPDDH: gráfica e escritório No dia 10 de outubro de 1984, cerca de 17 horas, entraram na sede da SPDDH 6 (seis) homens que se diziam policiais (posteriormente identificados como pertencentes ao DOPS) e, como eram “autoridades”, iam fazer um serviço de busca e apreensão, porque haviam recebido denúncia de que a gráfica estava imprimindo material subversivo. Estavam no escritório da SPDDH a Presidente, historiadora Izabel Marques Tavares da Cunh

Uma crônica: Julgamentos que dão pena

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Uma crônica Julgamentos que dão pena Por Erika Morhy Foto: Erika Morhy Sou jornalista de formação, mas acompanhei, pura e simplesmente, como cidadã a leitura do julgamento oral de onze acusados pelo Plano Sistemático de Sequestro de Bebês durante a ditadura cívico-militar na Argentina (1976-1983); leitura realizada na invernosa noite desta quinta-feira (05), em Buenos Aires. Digo “como cidadã”, porque, como repórter, eu teria outra postura, desde a apuração prévia de informações, a credenciamento para estar dentro do tribunal e produção de texto, por exemplo. Não, eu preferi me “escorar” na deixa de mestranda, apanhar minha filha no colégio e tomar o metrô “a Retiro” com ela para a avenida Comodoro Py, onde já se concentravam milhares de pessoas de diferentes gerações para assistir, ao lado do Tribunal Oral Federal 6, pelo enorme telão em cima de um palco, uma cena que muitos defensores dos direitos humanos também esperam que ocorra no Brasil: a confirmação de crimes denunc

Sequestro de bebês foi peça chave na estrutura repressora

A ditatura cívico-militar na Argentina chegou a montar maternidades em centros clandestinos de detenção, onde mulheres sequestradas pelo regime eram levadas para dar a luz. O processo que terá desfecho na tarde de hoje incluiu 35 casos. Testemunhas e vítimas reconstituíram muitos deles durante o julgamento. Durante o processo, testemunhas e vítimas reconstituíram dezenas de casos de bebês sequestrados junto com seus pais ou que nasceram nas maternidades que funcionaram em diferentes centros clandestinos de detenção no país, principalmente na ex “Escuela de Mecánica de la Armada” [Esma], no “Campo de Mayo” e no “Pozo de Banfield”. Companheiros de cárcere dos pais dos bebês e mesmo enfermeiras e médicos relataram a estrutura montada pelas Forças Armadas, para que as detentas grávidas dessem à luz no cativeiro, como ocorreu no “Hospital Militar de Campo de Mayo”.   Edição e tradução: Erika Morhy Fonte: Arquivo Nacional da Memória

Ditadura Argentina: sai hoje sentença sobre sequestro de bebês

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Ex ditadores Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone A um ano e meio desde seu início, será declarado, na tarde de hoje, o juizo oral dos acusados pelo Plano Sistemático de Roubo de Bebês durante a ditatura cívico-militar na Argentina.  Desde as 17h, o Tribunal Oral Federal 6 lerá a sentença contra 11 processados no caso, entre eles os ex ditadores Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone, por 35 casos de bebês sequestrados de suas mães, desaparecidas por ocasião do regime. A sentença que se escutará hoje será um marco das causas que investigam o terrorismo de Estado, não só pela gravidade dos crimes cometidos pelos idealizadores da apropriação dos bebês, mas também pela extensão da investigação, que se estendeu por mais de 15 anos. O processo – a causa conhecida como “Plan Sistemático de Robo de Bebés”  deslanchou no dia 30 de dezembro de 1996, com uma apresentação de Estela de Carlotto e María Isabel “Chicha” Mariani, que aproveitaram uma lacuna jurídica deixadas pelas leis de

Mulheres dizem não à criminalização dos 11 do Xingu!

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CARTA ABERTA À JUSTIÇA DO PARÁ     Não há qualquer consenso na sociedade brasileira quanto ao modelo de desenvolvimento que queremos para o Brasil e muito menos como queremos que seja produzido energia para sustentar este modelo. Mas é consenso que vivemos num Estado de direito no qual a justiça deve garantir não somente a liberdade de opinião às pessoas, mas o direito de fazer críticas ao Estado e de defender todos os direitos humanos. Assim, para nós que fazemos a Articulação de Mulheres Brasileiras, movimento que está no campo da crítica a este modelo, consideramos inaceitável o pedido de prisão preventiva de pessoas sob a justificativa de participar de protestos contra a construção da Usina Belo Monte.  Ora, até onde sabemos, constitucionalmente, a manifestação e a participação são direitos instituintes da democracia e não, atos criminosos. A AMB entende que usar esse fato acontecido após o Encontro Xingu + 23 como justificativa para criminalizar um conjunto