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Mostrando postagens de abril, 2013

29 de Abril: Ela não esquece, por Eduardo Galeano

Abril 29   Ela não esquece Quem conhece e reconhece os atalhos da selva africana? Quem sabe evitar a perigosa proximidade dos caçadores de marfim e outras feras inimigas? Quem reconhece os próprios sinais e os alheios? Quem guarda a memória de todas e todos? Quem emite esses sinais que os humanos não sabemos escutar nem decifrar? Esses sinais que alarmam ou ajudam ou ameaçam ou saúdam a mais de vinte quilômetros de distância? É ela, a elefanta mais velha. A mais velha e a mais sábia. A que caminha na cabeça da manada. “Filhos dos dias” – Eduardo Galeano - Siglo Veintiuno Editores Argentina, 2012 (livre tradução: Erika Morhy)

Doc Mães de Maio: um grito por justiça - II

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"A impunidade ainda paira sobre as mortes de 493 pessoas, ocorridas em maio de 2006, a maioria pobres, negros e moradores da periferia. Todos os indícios apontam para uma ação efetiva de grupos de extermínio da polícia como forma de retaliação aos ataques do PCC naquele ano. As mães e familiares dessas vítimas de violência policial se uniram em um movimento chamado "Mães de Maio. São mulheres que transformaram a dor da perda na luta por justiça e hoje buscam um reconhecimento da sua causa para que o Estado não tire mais vidas em vão. O projeto trata da luta dessas mães e das circunstâncias e consequências da violência do Estado, e busca soluções" - Via Brasil de Fato

Doc Mães de Maio: um grito por justiça - I

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"A impunidade ainda paira sobre as mortes de 493 pessoas, ocorridas em maio de 2006, a maioria pobres, negros e moradores da periferia. Todos os indícios apontam para uma ação efetiva de grupos de extermínio da polícia como forma de retaliação aos ataques do PCC naquele ano. As mães e familiares dessas vítimas de violência policial se uniram em um movimento chamado "Mães de Maio. São mulheres que transformaram a dor da perda na luta por justiça e hoje buscam um reconhecimento da sua causa para que o Estado não tire mais vidas em vão. O projeto trata da luta dessas mães e das circunstâncias e consequências da violência do Estado, e busca soluções" - Via Brasil de Fato

Óbvio ululante?

"Cláudio Guerra afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. 'Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS, era amigo pessoal de Fleury' - declaração do ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra, nesta terça-feira, à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo. Leia matéria completa aqui

Carta à Dilma anuncia o decobrimento de Brasília

CARTA À DILMA ANUNCIA O DESCOBRIMENTO DE BRASÍLIA José Ribamar Bessa Freire 21/04/2013 - Diário do Amazonas À Dilma Rousseff, Presidenta da República Senhora, Posto que os caciques e outros dos nossos não encontraram Vossa Excelência no Palácio do Planalto quando ali foram pessoalmente dar-lhe notícia do achamento desta terra nova, não deixarei eu de contar-lhe como melhor puder, ainda que para o bem contar e falar seja eu o pior de todos indicado. Tome, porém, minha ignorância por boa vontade e creia por certo que, para aformosear ou afear, não escreverei aqui mais do que aquilo que me pareceu e o que vi nos telejornais, na mídia e nas redes sociais.   Senhora, há cinco séculos, o escrivão da frota Pero Vaz de Caminha, em carta ao rei de Portugal, D. Manuel, o Venturoso, noticiou que portugueses, navegando em caravelas, "descobriram" o Brasil em 22 de abril de 1500 e "foram recebidos com muito prazer e festa" pelos habitantes locais, "muitos deles d

Nota que não comemora o Dia do Índio

Quando se saúda o Dia do Índio, no Brasil, aproveitamos para divulgar a nota da Anistia Internacional, do Movimento Humanos Direitos (MHUD) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). "Nós, entidades comprometidas com os povos indígenas, denunciamos a violação dos seus direitos humanos e a situação de degradação e terror a que são com frequência submetidos. Manifestamos nosso repúdio à PEC 215, que representa um retrocesso sem precedentes e a consequente piora das condições humilhantes destes povos. Não é este o Brasil que queremos. Anistia Internacional Movimento Humanos Direitos - MHUD Conselho Indigenista Missionário - CIMI" Via Anistia Internacional

Levantados da Terra: em memória aos 17 anos do Massacre em Eldorado

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Há 17 anos do Massacre em Eldorado do Carajás, neste 17 de abril, deixamos uma homenagem aos ativistas tombados, a seus familiares, aos sobreviventes e a todos que lutam até hoje por direitos humanos. Levantados Do Chão Chico Buarque e Milton Nascimento Como então? Desgarrados da terra? Como assim? Levantados do chão? Como embaixo dos pés uma terra Como água escorrendo da mão? Como em sonho correr numa estrada? Deslizando no mesmo lugar? Como em sonho perder a passada E no oco da Terra tombar? Como então? Desgarrados da terra? Como assim? Levantados do chão? Ou na planta dos pés uma terra Como água na palma da mão? Habitar uma lama sem fundo? Como em cama de pó se deitar? Num balanço de rede sem rede Ver o mundo de pernas pro ar? Como assim? Levitante colono? Pasto aéreo? Celeste curral? Um rebanho nas nuvens? Mas como? Boi alado? Alazão sideral? Que esquisita lavoura! Mas como? Um arado no espaço? Será? Choverá que laranja? Que pomo? Gomo? Sumo? Granizo? Maná?

Massacre de Eldorado do Carajás é tema de debate há 17 anos do crime

Divulgamos a agenda do grupo de pesquisa "Territorialização Camponesa na Amazônia", que convida para o espaço de debate "17 anos do massacre de Eldorado de Carajás", que será realizado no dia 17 de abril de 2013, no auditório da biblioteca da Universidade Estadual do Pará (Uepa) - Campus da Djalma Dutra, às 9h. Participarão como debatedores o professor Dr. Gutemberg Guerra-(NEAF/UFPA) e representante do movimento Xingu Vivo para Sempre. A SDDH aproveita para sugerir leitura da agenda do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará, que se encerra amanhã .

Carta Capital repercute nota dos movimentos sociais contra juiz de Marabá

Crime no Pará: juiz foi parcial, dizem movimentos sociais   Via Carta Capital Quatro dias após o Tribunal do Júri de Marabá, no Pará, absolver José Rodrigues Moreira, acusado de mandar matar o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, um grupo de movimentos sociais da região escreveu uma carta pública em protesto contra a decisão. O documento, assinado por diversas entidades e pelos familiares das vítimas, critica o juiz do caso, Murilo Lemos Simão, por uma suposta parcialidade na condução do processo e do julgamento. Os movimentos pedirão a anulação do julgamento, o desaforamento do processo da comarca de Marabá para Belém e suspeição de Simão em todos os processos da cidade relativos a assassinato de trabalhadores rurais e lideranças de movimentos sociais. O motivo seria sua suposta imparcialidade em casos de conflitos agrários. Na quinta-feira 4, os jurados absolveram Moreira sob a alegação de falta de provas. Foram condenados o irmão dele, Lindonj

Assistência de Acusação no caso "José Cláudio e Maria" expõe contradições do julgamento

Leia entrevista, publicada pela revista Carta Capital, com o advogado e Assistente de Acusação no julgamento do caso "José Cláudio e Maria do Espírito Santo", assassinados em 2011, no Pará, e que levou três acusados ao banco dos réus nos últimos dias 03 e 03. João Batista Afonso é enfático e a SDDH, mesmo não tendo atuado no caso, apoia os valentes defensores dos direitos humanos. "CC: Como o senhor analisa a sentença? JBA: Condenar os executores sem condenar o mandante não tem sustentação. É uma sentença sem embasamento probatório suficiente. Pelo fato da sentença dos jurados confrontar, e inclusive contrariar as provas existentes nos autos, é que a acusação irá apelar e requerer a anulação do julgamento. Outro aspecto que pode ter influenciado a decisão dos jurados foi o comportamento do juiz [Murilo Lemos Simão] na condução da sessão do Tribunal do Júri. CC: Como o juiz conduziu o processo? JBA: Durante a sessão, o juiz permitiu que José Rodrigues protagonizasse u

Nota e fotos de época posicionam SDDH no caso "José Cláudio e Maria"

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JULGAMENTO DO CASO JOSÉ CLÁUDIO E MARIA DO ESPÍRITO SANTO Contra a impunidade e em defesa dos direitos humanos A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), entidade que atua no Estado do Pará há 35 anos, vem a público expressar sua solidariedade à família de José Cláudio e Maria do Espírito Santo, defensores dos direitos humanos na Amazônia e assassinados no interior do Projeto de Assentamento Extrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna, crime cometido dia 24 de maio de 2011. Saudamos também toda a militância dos movimentos sociais presentes em Marabá durante o julgamento. Entre os dias 03 e 04 de abril, o Fórum de Justiça do município de Marabá abrigará o julgamento histórico dos acusados pelo assassinato do casal de extrativistas. A SDDH espera que essa data fique na memória da sociedade paraense como um caso que teve a devida resposta do poder judiciário e se torne um caso exemplar, para que ajude a extirpar a recorrência da impunidade na nossa sociedade, marc

Parque da Memória argentino: um repúdio à ditadura brasileira

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Claudia Fontes (Argentina, 1964) - Reconstrução do retrato de Pablo Míguez 1999-2010 - Reflexos de agua do Rio da Prata sobre aço inoxidável polido espelho A peça foi concebida especificamente para o lugar onde está localizada, ali onde foram despejadas muitas das vítimas do terrorismo de Estado. A escultura articula os conceitos de aparição/desaparição e se baseia no retrato de um adolescente que foi desaparecido quando tinha apenas 14 anos. A obra foi inspirada no caso de Pablo Míguez, que, se estivesse vivo, tería agora a mesma idade da artista. (Foto e livre tradução: Erika Morhy) A área Nomes do Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado se encarrega da elaboração e atualização da lista de nomes de detidos, desaparecidos e assassinados, sistematizada no monumento. (Foto e livre tradução: Erika Morhy) Nicolás Guagnini (Argentina, 1966) - 30.000 1999-2009 - Colunas de aço, pintura epoxi, 4 x 0,12m c/u A peça se conforma em 25 prismas retos, que funcionam como s